Como o câncer de colo do útero surge e como tratá-lo?
O câncer de colo do útero é um dos tumores mais frequentes em mulheres que vivem em países em desenvolvimento. Isso demonstra como é importante se prevenir para combater o câncer precocemente, pois as chances de tratamento são muito maiores quando os tumores são descobertos nas fases iniciais.
A seguir, explicaremos o que é o câncer de colo do útero, quais os seus fatores de risco, as formas de prevenção e como ele pode ser tratado. Continue lendo para saber mais sobre a importância de uma vida mais saudável e autoconsciente!
Afina, como o câncer de colo do útero surge?
A maior parte dos tumores malignos é considerada multifatorial. Isso significa que eles têm vários fatores, podendo, inclusive, ser identificados em pessoas completamente saudáveis.
No caso específico do câncer de colo uterino, a grande maioria dos casos surge devido a uma infecção causada pelo vírus HPV (também chamado de Papilomavírus Humano). Esse agente é o mesmo que causa as verrugas, que são benignas.
No entanto, quando alguns tipos específicos do vírus infectam o colo do útero, há alteração do funcionamento das células, predispondo ao aparecimento do câncer. Por esse motivo, é possível considerar que o câncer de colo de útero se comporta como uma infecção sexualmente transmissível (IST).
Como se prevenir contra o câncer de colo do útero?
Existem dois tipos de prevenção para o câncer de colo uterino: a primária e a secundária. A primária visa a evitar a infecção pelo vírus, pelo uso de preservativos e pela vacinação. É importante salientar que métodos contraceptivos que não o uso de preservativos, como as pílulas anticoncepcionais, não previnem contra o câncer de colo uterino e nem contra outras ISTs.
A prevenção secundária é realizada por meio do diagnóstico precoce com o exame preventivo de Papanicolau. A seguir detalhamos cada uma das formas mais seguras de controle desse tipo de tumor. Veja quais são!
Vacinação
Existem duas vacinas contra o HPV disponíveis no Brasil: a Gardasil e a Cervarix. A Gardasil, disponível na rede pública, oferece proteção contra quatro tipos de HPV: 6, 11, 16 e 18. O Ministério da Saúde (MS) recomenda a administração de duas doses dessa vacina, com um intervalo de seis meses entre elas, em meninas de 9 a 14 anos de idade.
A vacinação em homens também é recomendada, pois ela evita outros tipos de câncer relacionados ao vírus no sexo masculino, como de orofaringe, de ânus e de pênis. Além disso, a vacinação favorece a proteção feminina indiretamente, pois o vírus é sexualmente transmissível pelo sexo anal, vaginal e oral.
O objetivo da vacina é proteger homens e mulheres do desenvolvimento dos tipos de câncer causados pelo HPV. Com a imunização, ocorre a quebra da cadeia de transmissão, o que impacta os casos dessas doenças, já que grande parte dos tumores do colo do útero é decorrente do HPV. O efeito também é similar na prevenção do câncer de pênis.
O MS recomenda a vacinação para meninos de 11 a 14 anos de idade. Além disso, ela também é recomendada para meninos, meninas, homens e mulheres de 9 a 26 anos, vivendo com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea e pacientes oncológicos, sendo que, para a vacinação desse último grupo, há a necessidade de prescrição médica.
Na rede privada, a Gardasil também está disponível para meninas e mulheres de 9 a 45 anos e para meninos e homens de 9 a 26 anos. A Cervarix, que é produzida por outro laboratório, está disponível somente na rede privada. Essa vacina oferece proteção contra os tipos 16 e 18, causadores do câncer de colo do útero. A Cervarix é indicada para mulheres a partir de 9 anos sem limites de idade.
Diagnóstico precoce
A prevenção secundária visa ao diagnóstico precoce do câncer de colo de útero, quando o tratamento tem mais chances de sucesso. O exame de rastreamento utilizado para o câncer de colo de útero é conhecido popularmente como Papanicolau, que consiste na avaliação em laboratório das células coletadas do colo uterino.
Esse exame é indolor e rápido e a coleta pode ser feita até mesmo no consultório do ginecologista. A recomendação é de que o exame seja realizado em mulheres a partir de 21 anos. Dependendo de resultados anteriores, esse período pode variar, principalmente para quem integra o grupo de risco. Por isso, em caso de dúvidas, o ideal é conversar com o seu médico.
É bom salientar que outro fator que predispõe ao câncer de colo do útero é a deficiência no sistema imunológico. Pessoas que têm doenças autoimunes, HIV ou histórico de defesa imune baixa são mais predispostas à condição.
Quais são os sintomas do câncer de colo do útero?
Em fases iniciais, o câncer uterino não apresenta sintomas. Entretanto, quando a doença se agrava, alguns sinais podem ser observados.
Sangramento vaginal anormal
Situações em que a mulher apresenta sangramento vaginal excessivo requerem cuidados especiais. A paciente deve ser examinada por um ginecologista experiente para que ele possa diagnosticar a origem do sangramento. Geralmente, ele se origina no útero e pode indicar a presença de tumores na região.
Dor na região da pelve
A dor pélvica é caracterizada por incômodos na região baixa do abdome. Dores fortes nessa região ocorrem por problemas intestinais, ginecológicos, urológicos ou associados à gravidez.
Secreção vaginal incomum
O corrimento vaginal anormal pode ocorrer por diversas razões. Na maioria dos casos resulta de desequilíbrios bacterianos causados por infecções. Esse quadro exige a busca de avaliação profissional urgente, pois também pode ter relação com ISTs e com o câncer do colo do útero.
Retenção de líquido nas pernas
Problemas relacionados à retenção de líquido podem ser sugestivos de doenças originadas em vários órgãos ou sistemas do corpo. Diante disso, o ideal é consultar um médico clínico geral para a realização de exames que identifiquem a causa da retenção de líquido nas pernas.
Normalmente, ela pode provocar edemas em diferentes partes do corpo, porém, as áreas que costumam ser mais afetadas são os membros inferiores e a barriga. O inchaço nas pernas também pode ter relação com tumores, inclusive, é um dos sintomas de câncer de colo uterino em estágios mais avançados.
Dificuldade para urinar
A retenção urinária é caracterizada por situações em que a bexiga retém parte da urina. Assim, ela não esvazia completamente, ainda que esteja cheia. Esse problema pode acontecer por diferentes razões e afeta homens e mulheres, principalmente durante o envelhecimento.
Mesmo que seja mais frequente nos homens e tenha relação com a doença da próstata, a dificuldade para urinar pode surgir por influência de questões ginecológicas. Mulheres que se queixam de dificuldade de urinar acompanhada de dor e desconforto no baixo ventre devem procurar ajuda médica urgente.
Sangue na urina
Também chamado de hematúria, o sangue na urina é um sinal importante e que não pode ser ignorado devido à associação com problemas urológicos, intestinais e ginecológicos. A presença constante de sangue na urina pode ser um indício de várias doenças, inclusive de câncer uterino, de bexiga e colorretal.
No entanto, vale frisar que esses sinais acima descritos também podem estar relacionados com outras enfermidades, além do câncer de colo do útero. Ainda assim, na presença deles, a orientação é marcar uma consulta com um ginecologista imediatamente.
Independentemente dos sintomas, a avaliação médica é crucial para que a causa seja diagnosticada e, se for necessário, para iniciar o tratamento logo. Por isso, como medida preventiva, a recomendação é manter um check-up médico para realizar exames pélvicos e de Papanicolau regularmente.
Como é feito o tratamento do câncer de colo?
O tratamento do câncer de colo do útero deve ser individualizado, ou seja, cada caso demandará um tratamento específico. Entre as modalidades disponíveis, estão a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. Casos descobertos em fases iniciais têm maior chance de serem revertidos completamente com a cirurgia, que pode ser curativa, ou ainda com outras modalidades.
Durante o exame preventivo, também é possível detectar lesões precursoras. Elas não são exatamente cancerosas, mas podem dar origem a um câncer no futuro. Essas lesões podem ser retiradas com eletrocirurgias, a nível ambulatorial, sem necessitar de internação. Em Belo Horizonte, a Oncomed BH é uma opção para esse tipo de atendimento. Contamos com uma equipe completa de oncologistas, psicólogos, nutricionistas e outros profissionais da área da saúde.
É possível concluir, por fim, que o câncer de colo do útero é uma doença tratável, desde que todas as orientações e ações preventivas sejam levadas a sério. A doença apresenta algumas particularidades, mas a prevenção e a intervenção precoces elevam as chances de cura. Além disso, saber onde conseguir tratamento com profissionais experientes pode fazer toda a diferença para o sucesso dos resultados.
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