6 tipos de câncer infantil e a importância de um diagnóstico precoce

O Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil, celebrado em fevereiro, é essencial para discutir propostas e buscar intervenções mais eficazes, que auxiliem no diagnóstico e nas formas de tratamento da doença. Ainda que o câncer infantil seja mais agressivo, ele tem boas chances de cura, já que a maioria responde melhor ao tratamento que os tumores que atingem adultos.
No Brasil, a realidade da doença é bem preocupante, pois o câncer infantil representa 8% das causas de morte na faixa etária de 1 a 19 anos, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Neste post, abordaremos 6 tipos de câncer que mais aparecem em crianças, a importância do diagnóstico precoce e a influência da escolha de bons profissionais para a recuperação da doença. Acompanhe!
As diferenças entre o câncer infantil e o adulto
Existem algumas diferenças importantes em relação à origem, ao comportamento e à influência dos métodos de tratamento para o câncer infantil e de adultos. O primeiro aspecto a ser considerado é que enquanto os tumores infantis geralmente surgem por questões intrínsecas específicas da criança, enquanto que nos adultos a doença está mais associada ao estilo de vida e aos fatores de risco do meio ambiente.
O câncer de pulmão, por exemplo, na grande maioria dos casos, tem ligação direta com a exposição ao tabaco, e o câncer de colo uterino, se expressa pela ação do Vírus Papiloma Humano (HPV). Se comparado à idade, o tempo de desenvolvimento também é diferente: nos adultos, o câncer se expressa depois de anos de exposição aos agentes causais, diferentemente dos pacientes mais jovens.
No que se refere aos tratamentos, as respostas à quimioterapia costumam ter uma eficácia boa em crianças. Além disso, atualmente os efeitos colaterais da quimioterapia são menores que no passado, o que torna os tratamentos menos penosos para as crianças.
Outro fator favorável aos pequenos é que, ao contrário dos adultos, raramente eles apresentam comorbidades (outras doenças), como pressão alta, obesidade e diabetes. Desta forma as chances de recuperação do câncer infantil são grandes, desde que seja descoberto precocemente.
O que causa o câncer infantil
As causas do câncer infantil ainda não são totalmente conhecidas. Entretanto há hipóteses, como a já descrita em relação à influência do processo de maturação celular. Essas alterações que ocorrem em células embrionárias — ainda primitivas e imaturas — e que estão em fase de crescimento tem sido consideradas determinantes para o desenvolvimento do câncer infantil.
Como as células embrionárias se multiplicam muito rapidamente, a evolução da doença é muito mais acelerada nas crianças do que em adultos. Ou seja, enquanto o tumor pode demorar anos para se manifestar em pessoas mais velhas, nos pequenos, essa progressão é bem mais rápida.
Os 6 tipos de câncer infantil mais comuns
Existem alguns tumores que apresentam maior prevalência em crianças. Veja quais são!
1. Leucemia
É o tipo de tumor mais frequente em crianças. A leucemia é caracterizada pela divisão anormal e descontrolada de células na medula óssea. Esse câncer pode ser subdividido em linfoide e mieloide. A função da medula óssea é formar todas as células do sangue. Por isso, a formação de células imaturas prejudica o crescimento e o funcionamento desse órgão.
Os principais sinais indicativos de leucemia é a palidez progressiva, queixas de um cansaço muito diferente do normal e quadros de infecções de repetição. O diagnóstico precoce é importante para um tratamento adequado e com maiores chances de sucesso.
2. Tumor cerebral
Os tumores cerebrais ocorrem devido às alterações nas células que desempenham diferentes funções no cérebro.
Entre os possíveis sintomas da doença, destacam-se o choro excessivo, a sonolência diurna (mesmo quando dorme bem à noite), a apatia, o desânimo e queixas constantes de dores de cabeça. Se esses sintomas surgirem associados aos sintomas de dificuldade da marcha, dores musculares, perda de equilíbrio e convulsões, o ideal é buscar a avaliação médica da criança.
3. Osteossarcoma
Esse é o tipo de tumor maligno que mais afeta o sistema ósseo das crianças e adolescentes. Normalmente, os tumores surgem no fêmur e na tíbia. Os pais devem ficar atentos aos sintomas como dor local, vermelhidão, edema e aumento de temperatura.
4. Tumor de Wilms
O Tumor de Wilms ( ou Nefroblastoma) tem caráter maligno e afeta os rins das crianças. Essa é uma das neoplasias mais comuns da infância e uma de suas características é a bilateralidade: o câncer pode se desenvolver em ambos os rins. Os sintomas mais perceptíveis são a infecção urinária, presença de sangue na urina e o surgimento de uma massa palpável na região abdominal.
5. Retinoblastoma
O retinoblastoma também é uma neoplasia (tumor maligno) muito prevalente nas crianças menores de cinco anos e afeta as células da retina, a parte do olho que interpreta as imagens para se processar a visão. Esse tumor tem causas desconhecidas.
O retinoblastoma pode afetar apenas um ou os dois olhos. Os principais sintomas são o surgimento de um reflexo brilhante no olho afetado, quadro semelhante ao brilho que se percebe nos olhos dos gatos quando são iluminados à noite. Também pode apresentar estrabismos, dores locais e edema.
6. Neuroblastoma
A maior característica desse tumor maligno infantil é a evolução rápida. Essa neoplasia atinge o sistema nervoso simpático. Grande parte desses tumores se formam na glândula suprarrenal e se estendem até os gânglios simpáticos do abdômen. A doença provoca elevação do abdômen, quadros de febre, perda de peso e manchas na face e no corpo.
Como visto, o câncer infantil é uma doença que ainda desafia a saúde pública. Dada à complexidade do problema, o Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil representa a oportunidade de disseminar a importância do diagnóstico precoce. Igualmente relevante é contar com os melhores profissionais para tratamento e controle mais efetivo desses tumores.
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